sexta-feira, 22 de maio de 2009

Alternativas ao Leite

Muitos perguntam se o leite é mesmo um alimento essencial.
Todos os mamíferos precisam de leite ao nascer. É o alimento mais completo para o recém-nascido. O perídodo de amamentação é variável conforme a espécie.
O ser humano é o único mamífero que permanece com alimentação infantil por toda a vida. E ainda usa-se de uma outras espécies como "ama-de-leite".
Isso é adequado? Depende.
Se levarmos em consideração a fisiologia, aos dois anos de idade deixaríamos de beber leite por que não precisamos mais.
Existem grupos populacionais, como por exemplo os orientais, que desenvolvem intolerância ao leite a partir dessa idade. E isso não é uma doença, é fisiológico.
É normal que algumas pessoas tenham intolerância ao leite em alguma fase da vida e nem perecebam. Isto se deve à perda ou diminuição da produção de uma enzima chamada lactase, responsável pela digestão da lactose (açúcar do leite). O sintoma mais evidente dessa intolerância é a diarréia, mas às vezes podem aparecer sintomas não tão óbvios: prisão de ventre, asma, bronquite, sinusite, problemas de pele e outros.

Existem várias formas de substituir o leite. E não é preciso preocupar-se com o cálcio, pois o leite não é a sua única fonte, além disso, apenas uma pequena porcentagem do cálcio do leite é absorvida (cerca de 23%).
Os alimentos que também são fonte de cálcio: sardinha, castanha de caju, castanha do pará, amêndoas, gergelim, brócolis, couve-manteiga, vegetais de folha verde escura em geral.
E não podemos nos esquecer do Sol!!! O Sol em contato com a pele libera vitamina D que auxilia na fixação do cálcio. Portanto, não esqueçam de tomar sol por pelo menos 15 minutos todos os dias. De preferência o sol da manhã

Aqui seguem algumas receitas caseiras que susbstituem o leite, inclusive para crianças, enviadas pela nutricioista Deise Lopes.




LEITES VEGETAIS
Aqui, um parênteses: leite é todo produto proveniente da glândula mamária que se destina à alimentação do filhote, mas aqui chamaremos de leite os extratos vegetais como uma "licença poética", pela sua similaridade com o leite animal.

Leite de castanha do Pará
6 castanhas grandes para adultos e adolescentes
3 castanhas para bebês.
Colocar o ingrediente num copo de 150ml e completar com água filtrada. Deixar de molho de 20 a 30 minutos. Depois do molho é só liquidificar e coar, utilizando o bagaço em mingaus e outras preparações.

Leite de aveia
2 colheres de sopa cheia para adultos e adolescentes
1 colher de sopa cheia para bebês.
Colocar o ingrediente num copo de 150ml e completar com água filtrada. Deixar de molho de 20 a 30 minutos. Depois do molho é só liquidificar e coar, utilizando o bagaço em mingaus e outras preparações.

Leite de amêndoas
20 amêndoas (após terem ficado de molho, suas cascas devem ser retiradas) para adultos e adolescentes
9 amêndoas para bebês (retirar as cascas após ficarem de molho).
Colocar o ingrediente num copo de 150ml e completar com água filtrada. Deixar de molho de 20 a 30 minutos. Depois do molho é só liquidificar e coar, utilizando o bagaço em mingaus e outras preparações.

Leite de milho
1 espiga média (cortar os grãos não muito perto do talo para não amargar o leite)
Colocar o ingrediente num copo de 150ml e completar com água filtrada. Deixar de molho de 20 a 30 minutos. Depois do molho é só liquidificar e coar, utilizando o bagaço em mingaus e outras preparações.

LEITE DE COCO Rendimento: 600ml
1 coco seco grande
500 ml de água morna
Fazer um pequeno furo no coco e retirar alguma água restante.Botar o coco em contato com fogo (boca do fogão etc.). Virar o coco e esperar alguns segundos para o fogo atingir toda a superfície e ir soltado a casca mais grossa externa (normalmente ouve-se um estalo).Esperar o coco esfriar um pouco. Pegar o coco e bater um uma superfície dura a ponto de quebrar a casca mais grossa. (fica uma casca mais fina que pode ir para o liquidificador). Se toda a casca grossa não separar nesta fase, separar com uma faca. Cortar o coco em pedaços pequenos e levá-lo ao liquidificador para ser triturado. Ferver a água. Acrescentar ao coco e bater. Coar. Armazenar em um recipiente.


Além desses, já exitem produtos industrializados que podem ser utilizados em substituição ao leite como o leite de arroz, leite de soja, leite de amêndoas.

Vejam uma reportagem sobre o leite na Folha Equilíbrio:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u558451.shtml

sexta-feira, 8 de maio de 2009

As Cores dos Alimentos

Para entendermos um pouquinho mais a importância das cores na nossa alimentação, apresento duas abordagens que se complementam: a da ciência moderna e a da Medicina Tradicional Chinesa.
Segundo a ciência moderna, as cores dos alimentos são determinadas pela presença dos pigmentos. Essas substâncias naturais, além de colorir os alimentos, desempenham papéis importantes na promoção da saúde e no tratamento de doenças.
Você sabia que vegetais de coloração escura - como rúcula, espinafre, brócolis e agrião - contêm ácido fólico e boro e são excelentes no combates à depressão e à anemia?
Por trás das cores dos alimentos há muito mais do que imaginamos!
Os brancos - como o alho e a cebola - possuem alicina, associada à redução do colesterol.
Os roxos - como as amoras e os blueberries - têm antocianina, com ótimo efeito contra o envelhecimento.
Os vermelhos - como o tomate e a goiaba - possuem licopeno, que auxilia na prevenção de câncer de próstata e osteoporose.
Os verdes - como o espinafre e a rúcula - têm bons índices de fibras e de luteína, que mantêm a saúde visual.
Os amarelos - como a laranja e a abóbora - são ricos em antioxidantes, como vitamina C e betacaroteno, que atuam no sistema imunológico, pele e ossos.
Já segundo a Medicina Tardicional Chinesa, as cores dos alimentos estão relacionadas aos elementos da natureza - Maderia, Fogo, Terra, Metal e Água - que regem os nossos principais centros energéticos. Alguns exemplos:
Alimentos verdes - como os vegetais de folha verde escura - representam o elemento Madeira e são bons para o centro energético do Fígado e Vesícula Biliar
Alimentos amarelos - como a abóbora, o cará e a mandioquinha (batata baroa) - representam o elemento Terra e são excelentes para o centro energético do Baço-Pâncreas e do Estômago.
Alimentos vermelhos - como as pimentas e o tomate - representam o elemento Fogo e são exelentes para o Coração e o Intestino Delgado.
Alimentos brancos - como o inhame, o nabo e o arroz - representam o elemento Metal e são ótimos para o Pulmão e o Intestino Grosso.
Alimentos pretos (ou escuros) - como o gergelim preto, as algas e o feijão preto (não vale Coca-Cola!!!) - representam o elemento Água e são excelentes para o Rim e a Bexiga.
Ainda de acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, os sabores também têm muita importância no equilíbrio do fluxo energético.
Mas esse é um assunto para as próximas postagens.
Por enquanto a dica é: quanto mais colorida a refeição, melhor!!!

sábado, 2 de maio de 2009

Repensar o Modo de Produção

Amigos,

Vale à pena refletirmos, neste momento, sobre ter aparecido "de repente" a Gripe Suína e o que isso tem a ver com nutrição. Não que a ingestão de carne de porco tenha a ver diretamente com essa epidemia, mas o modo de produção, esse tem.

Vejam alguns trechos de uma entrevista concedida por Alejandro Nadal, economista dos Centro de Estudos Econômicos do México, enviada por Soraya Terra, nutricionista do Instituto Vida Una, sobre a correlação entre a gripe suína e o sistema de produção de alimentos.

30 DE ABRIL DE 2009 - 20h39
Gripe do Agronegócio: 'suspeito número um é o sistema de produção'

De que estamos tratando quando se fala de gripe suína?
A chamada febre ou influenza suína é provocada por uma variação de um vírus que é endêmico em porcos. A influenza suína é rara em humanos, mas o vírus pode sofrer mutações e afetar humanos. É isso o que aconteceu neste caso.

Como pode ter havido a mutação do vírus, ao que parece, muito rapidamente e afetar a espécie humana?
O suspeito número um é o sistema de produção industrial de porcos, onde o confinamento permite o intercâmbio maciço de vírus, o que facilita o surgimento de novas cepas e variantes, algumas das quais podem ser um tipo patógeno de influenza, que pode afetar os seres humanos. As pocilgas são bem conhecidas por serem uma das melhores fontes de geração de variantes desses vírus.

Qual é a situação em seu país, neste momento?
Fala-se de mais de dois mil casos de infecção com um quadro clínico similar ao do vírus A (H1N1). Cerca de 150 pessoas morreram, o que situa o nível de mortalidade em níveis comparativos a epidemias muito graves, embora não seja prudente ainda fazer comparações com estes níveis estatísticos.

O que está acontecendo significa que a pecuária intensiva, industrializada, é um caldo de cultivo para agentes infecciosos? Não estamos tratando os animais, seres vivos, como se fossem seres inanimados, sem dor nem sofrimento?
A produção industrial em grande escala de gado em estábulos, de porcos e aves em ''granjas'' gigantescas, que são verdadeiras fábricas de carne, é uma das aberrações da produção capitalista nestes últimos cinquenta anos. Sim, efetivamente, é um caldo de cultivo de agentes patológicos. Facilita sua rápida evolução e promove o surgimento de novas cepas de grande virulência. É bem sabido pelos epidemiologistas o fato de que os vírus que causam a morte de seu hospedeiro mantêm um equilíbrio entre virulência e velocidade de transmissão. No caso dos criadouros industriais de porcos e aves, a recolocação cada vez mais rápida dos animais gera pressões (evolutivas) que desembocam no surgimento de cepas mais daninhas e de altas velocidades de transmissão. O fato é bem conhecido na literatura especializada. Mas as autoridades, tanto nacionais como internacionais (incluíndo aí a OMS, no que compete à FAO), sempre toleraram estas condições de produção de carne para a alimentação humana.

Podemos tirar alguma lição do que está acontecendo?
Há duas lições muito importantes. Primeiro, as fábricas de carnes (os gigantescos ''feedlots'' de bovinos nos Estados Unidos, as granjas de porcos e aves) são recintos em que a lógica da rentabilidade do capital se mistura com a dinâmica evolutiva da natureza. O resultado é uma mistura explosiva. A rentabilidade requer grandes escalas de produção, crescimento rápido dos animais (induzido artificialmente por meio de hormônios) e forte rotação do capital. A dinâmica evolutiva não perdoa e aproveita essas características nos processos produtivos de carne em escala industrial. Desse caldeirão vão surgir sempre novos vírus patógenos. A OMS e os epidemiologistas do mundo sabem disso. A segunda tem a ver com o tema da biossegurança, esta epidemia é uma mostra clara de que os sistemas de biossegurança no México, e provavelmente em muitos países, não estão preparados, nem de longe, para enfrentar essas contingências.

Para ler a entrevista na íntegra acesse o site: Rebelión (em espanhol): www.rebelion.org

Mais informações poderão ser obtidas no blog desenvolvido pelo NEPAM da UNICAMP: http://educomambiental.blogspot.com/