terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Estamos nos acostumando com os transgênicos?

Foto fonte: http://www.brasiliamaranhao.files.wordpress.com/

Recebi uma mensagem da nutricionista Soraya Vidya Terra Coury que me deixou muito preocupada.

Ela comenta uma notícia sobre o faturamento da Syngenta, uma das maiores indústrias de defensivos agrícolas. Nessa notícia a tônica é como o faturamento Syngenta aumentou e como ainda pode melhorar, prometendo acabar com o ponto fraco da assim dita 'humanidade": a fome no mundo!

Já ouvimos essa história e sabemos que o melhoramento de sementes beneficia somente a quem pode pagar e ainda destrói qualquer possibilidade de agricultura familiar.

Segundo Soraya: "as transnacionais apostam e comemoram seus faturamentos pois alegam que "as pessoas estão se acostumando aos transgênicos" Na verdade a grande maioria excluída nem sequer sabe diferenciar o joio do trigo, e assim a "minoria da minoria" decide a comida da humanidade toda".
Não podemos deixar morrer esse debate vejam por que:

Jornal Valor Econômico, 12 de fevereiro de 2010
Estratégia: Syngenta eleva aposta em sementes

Alexandre Inacio, de São Paulo

O uso da tecnologia para a produção de sementes mais produtivas será cada vez mais importante para atender o aumento da demanda por alimentos de uma população que cresce cada vez mais". A afirmação pode parecer óbvia e batida para a maioria das pessoas ligadas ao agronegócio, mas está interferindo diretamente nos negócios de uma das maiores empresas de defensivos do mundo e que, aos poucos, muda seu foco de atuação. Em 2009, a Syngenta reportou um faturamento anual de US$ 11 bilhões, dos quais 77% foram provenientes da venda de defensivos químicos e apenas 23% da comercialização de sementes. Cinco anos atrás, a participação das sementes nas vendas da empresa era de apenas 17%. "Nos próximos 15 anos haverá um equilíbrio maior entre os dois negócios da empresa e acredito que nesse período as sementes terão uma participação próxima a 40%", afirma Davor Pisk, chefe da operação mundial de sementes da Syngenta, que faturou no ano passado US$ 2,5 bilhões. E a perspectiva de uma mudança radical no perfil das vendas não é por acaso. Apesar de reconhecer que ainda exista um potencial de crescimento e de desenvolvimento de novos produtos para proteção de cultivos, o próprio executivo lembra que esse é um mercado já consolidado. No caso do segmento de sementes, as novas ferramentas para o desenvolvimento de variedades diferenciadas e que gerem maior valor no futuro é muito maior. A onda na qual a Syngenta embarca já foi surfada por algumas de suas concorrentes. Também dedicada exclusivamente ao agronegócio, a americana Monsanto tem hoje 56% de seu faturamento ligado à venda de sementes, ficando os defensivos com os 44% restantes. Além do potencial para o desenvolvimento de novos produtos, outro fato que vai colocar as sementes em uma posição de destaque dentro da Syngenta é o fato de os consumidores estarem se acostumando mais com a ideia dos transgênicos. "Esse é um segmento que existe uma grande regulamentação, mas já temos arroz geneticamente modificado na China e vegetais avançando na Índia. O mundo está se acostumando com a tecnologia das sementes geneticamente modificadas", afirma Pisk. No que se refere à regulamentação mundial para os transgênicos, Pisk considera o Brasil um exemplo e equipara o país aos Estados Unidos no que se refere ao grau de transparência para liberações. "Hoje, o tempo para aprovação está mais realista", afirma. Segundo ele, a União Europeia tem um sistema de aprovação que leva em conta alguns aspectos políticos. Quando o assunto é Brasil, Pisk lembra o potencial produtivo do país e a importância que passou a ter nos últimos anos na produção mundial de alimentos. "O sucesso da agricultura brasileira está diretamente relacionado com seus produtores. São pessoas receptivas a novas tecnologias e capazes de se adaptar rapidamente a elas", afirma o executivo. A empresa teve aprovado em 2008 pela Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia (CTNBio) seu milho resistente a insetos e outro resistente ao glifosato, que passaram a ser comercializados no ano passado. Também em 2009, obteve a liberação comercial de uma semente de milho que reúne as duas tecnologias - resistência a insetos e tolerância a herbicidas - além de uma variedade resistente à lagarta, uma das principais pragas da lavoura de milho. Com as liberações já obtidas e o foco dedicado ao desenvolvimento de variedades que permitam ganhos de produtividade aos agricultores, a Syngenta tem uma meta ousada para o mercado de sementes nacional. "Já estamos bem posicionados, mas temos a ambição de sermos líderes no Brasil", diz Pisk.

É uma pena que o Brasil esteja "tão à frente" nesse assunto e ainda não conseguiu acabar com problemas básicos de saúde pública, como por exemplo a desnutrição!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Onde há fumaça..


Cada vez mais, pesquisas vêm apontando que a alimentação industrializada em excesso traz muito mais prejuízos do que benefícios. Nesta semana, pesaquisadores de Cingapura apresentaram um trabalho relacionando o câncer de pâncreas com o consumo de refrigerantes. Esse é um estudo ainda a merecer aprofundamento, pois existem muitos fatores causadores do câncer que não foram isolados. Mas esse estudo apontou maior incidência do câncer de pâncreas em indivíduos que bebem refrigerantes do que nos que consumem sucos naturais.

O câncer de pâncreas é dos mais mortíferos e há algumas décadas considerava-se que o consumo exagerado de álcool fosse seu principal fator desencadeador. Vamos pensar juntos, já que ambas as hipótese são possíveis.


O pâncreas é o responsável pela secreção de insulina, que regula o metabolismo de glicose. A célula só consegue absorver a glicose, sua principal fonte de energia, através de receptores que só funcionam em presença do hormônio insulina. O excesso de glicose circulante pode prejudicar o funcionamento de várias células, levando à morte. Isso nos faz pensar que quando o nosso organismo é bombardeado com açúcar, o pâncreas tem que trabalhar mais para diminuir o nível de glicose circulante.


Tanto o álcool como o açúcar, quando digeridos, originam glicose. Portanto, ambos elevam muito o nível de glicose no sangue, sobrecarregando o pâncreas, que tem que secretar mais insulina.


Ao longo dos anos, o nosso corpo vai perdendo a capacidade de adaptação. A isso chamamos envelhecimento. Por isso, quando somos jovens não sentimos quase nada ao cometermos "abusos", mas, quando chegamos à meia idade, os problemas começam a aparecer.


Um dos sinais desses abusos é o aparecimento de diabetes tipo 2 após os 50 anos. É o primeiro sinal de esgotamento do pâncreas. A obesidade também pode provocar esse esgotamento, pois os adipócitos, células de gordura presentes em grande quantidade em obesos, são mais resistentes à insulina, levando o pâncreas a secretar ainda mais insulina para se obter o resultado desejado.


Ao longo dos anos, o pâncreas vai enfraquecendo e, se não for controlada a ingestão de carboidratos simples (açúcar e álcool), a evolução poderá ser o câncer.


Vamos pensar como é o atual consumo de refrigerantes no mundo e procurar entender como os suecos chegaram a essa conclusão. E partiremos dos Estados Unidos, o principal difusor do consumo de refirgenates para o mundo. Quem já viajou para lá sabe como são gigantescas as porções individuais de refrigerantes. Lá paga-se pelo continente (copo) e o refil é grátis. Infelizmente, o principal alvo são as crianças. Para elas, o efeito do consumo exagerado de refrigerante é ainda pior, pois o ácido fosfórico, presente nos refrigerantes é capaz de interferir nom metabolismo ósseo, diminuindo a captação de cálcio pelas células ósseas. Já iamginaram o que isso pode acarretar ao longo dos anos? OSTEOPOROSE. Não é a falta de consumo de leite e sim o excesso de consumo de refrigerantes que pode estar contribuindo para o aumento de casos de oesteoporose precoce. Mas isso é assunto para outra postagem.


Além do dano orgânico indiscutível, os refrigerantes causam danos ambientais irreparáveis. Basta pensar no consumo de água para a sua produção e no descarte das garrafas PET. Quem mora em grandes cidades pode ver que, durante as chuvas, o que mais aparece nos rios (além dos sofás e outras bugigangas impensáveis!) são as garrafas de plástico, responsáveis pelo entupimento de bueiros e galerias.


Por isso, pense mais no que você está consumindo. O nosso país é privilegiado, pois temos frutas disponíveis o ano todo. Não justifica o alto consumo de refrigerantes que temos. Além de hidratar, as frutas fornecem vitaminas, fibras e glicose, só que em menor quantidade, se comparadas aos refrigerantes.

Refrigerantes somente em ocasiões especiais, festas e, no máximo, uma vez por semana.
O nosso organismo e o meio ambiente agradecem!